Empregado não tem tempo de ganhar dinheiro
Meu irmão mais velho, Silvério Lavor nunca foi empregado de ninguém e sempre dizia: Empregado não tem tempo de ganhar dinheiro. Silvério começou a trabalhar com cerca de 10 anos de idade. Ele saía de bicicleta do Sítio Cajazeiras dos Paulos, município de Orós para a cidade vizinha de Icó conduzindo peixes para vender, todos os dias. É uma distância de cerca de 20 km. O dinheiro que ganhava entregava à nossa mãe para ajudar nas despesas de casa. Silvério sempre foi empreendedor e nem sabia o que era empreendedorismo. Eu faço minhas conjecturas sobre este tema: EMPREGADO NÃO TEM TEMPO DE GANHAR DINHEIRO utilizando alguns conceitos científicos do capitalismo, como:
O capitalismo, também conhecido como economia de livre mercado ou economia de livre empreendedorismo, é um sistema econômico onde os meios de produção, distribuição, decisões sobre oferta, demanda, preço e investimentos são em grande parte ou totalmente de propriedade privada, com fins lucrativos. Os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas. Predomina o trabalho assalariado. É dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo.
Diante deste conceito principal do sistema capitalista, que é dominante na maioria das nações ocidentais, meu irmão Silvério tinha razão, porque o EMPREGADO ou TRABALHADOR ASSALARIADO só possui sua força de trabalho para vender. Essa força de trabalho podemos deduzir que seja seu tempo útil de trabalho. No Brasil em média 44 horas semanais. O trabalhador comprometendo esse tempo de 44 horas semanais, o restante de horas livres ficaria para o convívio na família e seu lazer. Realmente, empregado não tem tempo de ganhar dinheiro além do salário de sobrevivência.
Em 2016 meu irmão Silvério Lavor foi morar com Jesus Cristo. Ele era o mais velho de 10 irmãos, filhos de Seu Lavoisier e Dona Neném. Tinha 69 anos e iria completar 70 em 19.10.2016. Era casado há várias décadas com Zuleide Lavor e tinha cinco filhos, Sidrach, Sirac, Silvio, Sirio e Silvano, bem como noras e netos/netas.
Silvério foi exemplo de irmão e pra mim foi um segundo pai. Ajudou a me criar, juntamente com nossa irmã Albanisa Lavor, que DEUS já levou em 07.06.2014.
Sempre foi comerciante em Orós e “nas águas” como dizemos em nossa cidade, começando no povoado de PEDRO DEDÉ. Possuiu muitas embarcações (canoas e barcos de pesca), mas cedo se mudou para a cidade de Orós, onde morou até seus últimos dias, com a família sempre perto. Ele gostava de todo mundo perto dele, ele aperreando o povo e o povo aperreando ele. Era só alegria.
Nos últimos anos entregou seu coração e sua vida a Jesus Cristo e congregava na ASSEMBLEIA DE DEUS de Orós, onde era muito amado pelos irmãos e irmãs em Cristo. Era um pregador nato, de domingo a domingo estava ele nos carros, pelos distritos e povoados, pregando a palavra de DEUS, a quem quer que quisesse ouvir. Era incansável com sua Bíblia na mão e fazendo o bem a todos que precisassem dele. Irmãos, parentes, amigos, vizinhos, todos tinham a atenção dele e uma brincadeira para descontrair.
Acolhia sempre na casa dele os parentes e amigos, bem como os parentes e amigos da sua esposa Zuleide, cunhados, sogro, concunhados e agregados.
Aprendi, principalmente, duas coisas com Silvério, primeiro: O EMPREGADO NÃO TEM TEMPO PARA GANHAR DINHEIRO, como já explicado acima. Isto é uma máxima com uma filosofia profunda, porque as pessoas empregadas tem que vender sua força de trabalho (seu tempo útil) a um patrão, por isso não tem tempo para desenvolver outras atividades que lhe traga mais renda, enquanto o comerciante ou empresário tem todo tempo disponível para negociar e usufruir de todos recursos que tenha competência para tal mister. Os patrões são os donos dos meios de produção, enquanto os empregados são donos somente de sua força de trabalho, que segundo Karl Marx (1818 – 1883) vai dar a mais valia aos proprietários das propriedades privadas.
Segundo: ele gostava de chamar alguns, brincando, de LADRÃO DE CONSCIÊNCIA. Eu me lembrei muito dele no segundo governo de LULA DA SILVA, pois eu parodiava Silvério dizendo que LULA DA SILVA foi um LADRÃO DA CONSCIÊNCIA de nós brasileiros que votamos nele. LULA e depois DILMA prometeram uma coisa: HONESTIDADE com a coisa pública e foi provado que fizeram justamente o contrário. As maiores negociatas que já ouvimos falar na República Brasileira estão surgindo com os escândalos que começaram com o MENSALÃO e agora a LAVA JATO.
Tenho muitos CAUSOS do empreendedor SILVÉRIO LAVOR para contar a vocês, mas deixo para as próximas oportunidades.
Descanse na paz de Cristo Jesus meu irmão Silvério.
Prof. Dr. João F. de Lavor